terça-feira, 15 de abril de 2008

MENTIRA


( imagem retirada da internet )

Hoje deitei-me na rede e, enquanto o meu corpo balançava preguiçosamente, para um lado e para o outro, fiz uma constatação extraordinária. Percebi, finalmente, que o amor pra ser de fato deve ser recíproco, no entanto, de tua parte desconheço tal reciprocidade...Me queres, é verdade, mas acontece que eu não quero ser amada apenas como um corpo, afinal não sou só um corpo, meu ser e meus sentimentos vão muito além disso. Finalmente entendi que a pessoa a quem amo tem a tua cara, o teu aroma, os teus olhos, o teu sorriso, mas é uma ficção da minha cabeça. Uma imagem virtual que idealizei. Apaixonei-me por ti porque te preocupas comigo, com o meu bem-estar. Mentira, tu pensas primeiro em ti, depois nas coisas que te dizem respeito, no teu trabalho, na tua paixão desatinada que não passa, no teu carro, no teu clube de futebol, e depois, com um pouco de sorte, então pensas em mim. Apaixonei-me por um Homem que luta por mim e que faz dos meus sonhos os seus sonhos, das minhas vitórias, as suas vitórias, dos meus fracassos, os seus fracassos. Mentira, esse não pode ser tu, os únicos sonhos que pretendes realizar são os teus e desconheces que à tua volta, há mais quem os tenha. Amei um Homem que caminhava sempre ao meu lado, de mão dada, ou abraçado a mim. Não és tu! Estás sempre um passo à frente e quando avanço, tu recuas e quando recuo, afastas-te. Apaixonei-me por um homem que abriu a janela da sua vida e me fez entrar, fechando de seguida a porta a sete chaves para nunca me deixar sair. Mentira, não pode ser tu, abriste-me a porta para sair, exatamente com a mesma cordialidade com que me fizeste entrar. Amei-te, porque pensei que também me amavas… Mentira…
(De Sandra Barbosa, com algumas adaptações minhas)

4 comentários:

Vulgar disse...

Lindo...e amargo!
Desculpa esta invasão...mas aqui tropecei e me fiz convidado.
Este texto tocou-me...acho que já fui assim como ele.

wancrisalida disse...

Será sempre bem vindo...pode invadir, visitar, como quiser. E obrigada pelo comentário.
Beijo e carinho

wancrisalida disse...

Então um dia me oscorreu que amor para ser amor não pode andar acompanhado de sofrimento e que amor é sabedoria…A paixão sim, significa sofrimento e quando estamos apaixonados, ficamos feito tolos, perdemos a cabeça, pois ela toma nossa mente o tempo todo…o amor não, o amor brota no ser, e nos toma por completo, se expande ao nosso redor, não é destrutivo, não traz melancolia, mas alegria e extase e não fica cego, limitado a apenas uma pessoa, mas é expansivo, enxerga longe e pode ser dividido por todos que cruzam nosso caminho e ainda assim é inesgotável; e quanto mais se dá, mais se recebe em troca, ainda que não se pessa, contrário à paixão que se dá, se humilha e nunca se tem retorno. E a Paixão é qualquer coisa como um vírus, que de vez em quando desperta e nos ataca, mas que cedo ou tarde passa. O amor não, O amor é permanente… amor é eterno, pois a alma é eterna.

Vulgar disse...

Da paixão e do amor recordo ter lido Alberoni, alguns anos atrás onde a tua análise tem cabimento e encontra eco.

A paixão é um estado necessário...mas quase patético, que consome demasiada energia, e é insustentável a longo prazo, portanto a natureza encarregou-se de a limitar no tempo, há até estudos que apontam para uma duração média idêntica à gestação de um bébé...redutor sem dúvida.
Beijos

Quem sou eu

EU escrevo...nas entrelinhas, meu CORAÇÃO é quem fala... Sou essa mulher de sentimentos calados, às vezes alados, é aí que os transfiro para a escrita; faço, então, dela meu refúgio quando me bate aquela saudade, a tristeza inesperada, a alegria repentina...assim sou eu: Uma mistura entre sons e silêncios...Olho as árvores como uma criança, olho a lua como um poeta, olho o céu como um louco (assim ensinou o mestre e com ele aprendi)...

Livros que todos deveriam ler

  • Deus na Natureza (Camille Flamarion)
  • Deus, Um Delírio (Richard Dawkins)
  • Dinheiro, Trabalho e Espiritualidade (OSHO)
  • Faça seu coração vibrar (OSHO)
  • O Castelo de Vidro (Jeannette Walls)
  • O Monge e o Executivo (James C. Hunter)
  • O Universo em um Átomo (Dalai Lama)
  • Você Pode Curar sua Vida (Loyse L. Hay)

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