quarta-feira, 30 de abril de 2008

POR QUÊ NÃO?

(Imagem retirada da internet)
E porque não… esquecer o que ficou para trás e começar do zero, falar menos mas decididamente escutar mais? E porque não… esquecer-me dos teus defeitos e tu dos meus, aprendermos lentamente a viver um com o outro sem exigências, sem desculpas, sem nos magoarmos? E porque não… esquecer o passado, ignorar o futuro e simplesmente aproveitar este instante mágico que a realidade nos oferece? E porque não… perder o medo da vida e acreditar que o amor que sentimos é suficiente para vencer todas as dificuldades? E porque não… olhar-te nos olhos, dizer que te amo, que preciso de ti, que a minha pele sente a falta da tua, que as minhas mãos anseiam por se perder na suavidade dos teus dedos, que a minha boca suspira por se entregar à tua, que o meu beijo só se cumpre, no sumo do teu beijo e que o meu corpo grita desesperado, num desejo mudo, de se fundir no teu… e porque não… ???

terça-feira, 29 de abril de 2008

CRISÁLIDA

(Imagem retirada da Intrenet)
Estou sempre beirando abismos. Porque entre o sentir e eu me vendo sentir, existe sempre uma brecha. Onde cabem todos os pensamentos do mundo; mesmo os mais disparatados. E quanto mais ela se abre, já não experimento diretamente, mas observo-me, sentindo, vigio-me, objeto distante. E a emoção é amesquinhada, porque já não sou o seu sujeito. Porque não sou, eu mesma, e apenas , essa emoção; não posso responder a ela com um simples eu "sou". Às vezes, diante da ameaça, consigo que se feche; então embarco. Mas quando ela se abre mais e mais, então me recuso, me furto, vitoriosa-perdedora. E me vejo confinada numa concha; e até meu cerne não chega uma só migalha de alegria. Só o cinzento, o tédio, a tristeza. Teia de aranha embrulhando raiva, gelada-ardente calmaria, medo de bicho acuado...Quando o choro vem, quando afinal consigo chorar, à medida que os soluços me sacodem o corpo, começo a descontrair. Uma couraça se trinca, e pela rachadura alguma coisa flui...Plenitude, alegria. Por algum tempo, destruidora e voraz, morre a lagarta, e renasce, tenra e fresca, e leve, a borboleta.(Confissões de penumbra)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O DEUS AMOR

(Imagem retirada da Internet)
"Deus— talvez esteja aqui, neste pedaço de mim e de ti,


ou naquilo que,de ti, em mim ficou.


Está nos teus lábios, na tua voz, nos teus olhos,


e talvez ande por entre os teus cabelos,


ou nesses fios abstratos que desfolho,


com os dedos da memória, quando o evoco.


Existe: é o que sei quando me lembro de ti.


Uma relação pode durar o que se quiser;


será, no entanto, essa impressão divina que faz a sua permanência?


Ou impõe-se devagar, como as coisas a que o tempo nos habitua,


sem se dar por isso, com a pressão sutil da vida?


Um deus não precisa do tempo para existir: nós, sim.


E o tempo corre por entre estas ausências,


mete-se no próprio instante em que estamos juntos,


foge por entre as palavras que trocamos,


eu e tu, para que um e outro as levemos connosco,


e com elas o que somos,a ânsia efêmera dos corpos,


o mais fundo desejo das almas.


Aqui, um deus não vive sozinho,


quando o amor nos junta.


Desce dos confins da eternidade,


abandona o mais remoto dos infinitos,


e senta-se aos pés da cama, como um cão,


ouvindo a música da noite.


Um deus só existe enquanto o dia não chega;


por isso adiamos a madrugada,


para que não nos abandone,


como se um deus não pudesse existir para lá do amor,


ou o amor não se pudesse fazer sem um deus."
(Nuno Judce)

sábado, 26 de abril de 2008

UM BLUES

(Imagem retirada da Internet)

Um blues eu faço pra tocar

No azul desse seu olhar

Eu sei que posso me afogar

No azul que mora nesse mar

Um blues que é a cara do luar

Azul que cega o meu olhar

Na hora de te abraçar

Eu sinto a fúria desse mar

Sua cabeça é dificil entender

Estranha é a forma do seu proceder

Quando eu te quero não consigo ter

Quando não quero não me deixa esquecer

Cada viagem que faço é um calor

Cada minuto de céu é pra ter

Um gosto melado do seu suor

Salgado pedaço de um amanhecer

(Otávio Toledo)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

DÚVIDAS


(Imagem retirada da Internet)

Às vezes me ocorre algo que, acredito que seja comum a certas pessoas. Hoje logo que acordei me veio a mente uma dessas perguntas que todo mundo já se fez: De onde viemos? Para onde vamos? A quê estamos aqui? Sabe-se lá, não é?

Quanto a querer saber de onde viemos, nem sei se quero saber, afinal, passado não importa, para quê saber, se não há nada que possa ser mudado?

Não sei para onde vamos, mas por quê vou anular meus momentinhos do presente para ficar me pré-ocupando com um futuro que nunguém pode prever?

A vida é tão breve...Não é coisa de outro mundo viver intensamente, amorosamente, nossa vida é reflexo do que somos no mais profundo do ser. Tratar o próximo com amor e respeito é um bom começo.

Mas o mais importante é amar primeiro a mim, cuidar primeiro de mim, pois não sei até quando vou ter o "próximo" ao meu lado. Quanto a mim, sei que vou estar eternamente aqui comigo, vou estar sempre aqui para me ouvir, só eu poderei me compreender, me amar com verdade... nunca vou me decepcionar, me enganar. E isso há de ser assim, mesmo depois de minha morte, pois minha companhia a partir daí serei eu mesma e mais ninguém.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

INVENSÃO

(Imagem retirada da Internet)

Se tua ausencia eu sinto,
Então logo te invento
Na tarde de azul infinito,
No barco a vela,
no vento...
Se tua falta me fere,
Então te reinvento
No panorama dourado
Que paira no firmamento...
Se a saudade se avizinha,
Jasmineiro logo entende
Seu cheiro se espalha e se aninha
No ninho de amores da gente...
Te crio, te moldo, recrio
No canto do pássaro noturno.
Me aqueces do corpo o frio
Dissolves-te em mim...
Então durmo.


terça-feira, 22 de abril de 2008

RECORDAÇÕES


(imagem retirada da internet)



“Estava escrita pela letra de Barbosa, um cursivo feio, muito legível.
Lenita leu:

O trem ia partir.
Ela estava na plataforma da estação da luz, com o marido, em bota-fora de não sei quem. Olhou-me, eu a olhei; ela baixou os olhos, uns grandes olhos verdes;corou. O braço esquerdo estava passado no do marido, enfastiadamente, aborrecidamente; o direito, em abandono, pendia-lhe ao longe do corpo...A mão estava sem luva, era pequenina, bem feita, tinha no anular uma marquesa de muito brilho. Levantou os olhos, encarou-me, tornou a baixá-los, avançou o pé direito, um pezinho adorável, bateu com ele freneticamente, como se estivesse muito contrariada. O marido disse-lhe o que quer que foi em alemão, ela respondeu-lhe na mesma língua. Sairam, eu seguí-os. Tomaram o bonde que vinha de Santa Cecília(...)
Tornei a vê-la. Era no Grande Hotel: ela estava jantando, à mesa do centro. Dava-me as costas. Recostava-se na cadeira, pendendo o corpo para a esquerda, a perna direita passada sobre a esquerda, agitava-se com um movimento sacudido, nervoso. O pé muito pequeno, estreitado numa meia de seda carmesim, recurvando-se, descalçava em parte o sapatinho Clark, mostrava o calcanhar redondo, diminuto, delicioso...A aragem que entrava pelas janelas altas agitava-lhe os crespinhos dourados da nuca. Levantou-se, rodando para a esquerda, com o busto curvado, em um movimento gracioso, que pôs em relevo a exuberância dos seios a avultarem reprimidos no corpete retesado, em contraste provocador com a exigüidade da cintura.”

(Texto extraído do livro ‘A CARNE’ de Julio Ribeiro)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Borboletas trazem Novas


Sua mãe vinha de família conservadora, religiosa; casara-se perante as leis de Deus e dos homens numa época em que a Mulher era tratada como um objeto inanimado, sem vida própria, era útil apenas para os afazeres domésticos, o prazer do marido e para a procriação.
Ela era menininha franzina de cabelos escorridos que escondiam uns olhos espertos e sorriso fácil. (...)
Um dia resolveu ler a sorte na xícara de café, riscou o fósforo, jogou na xícara e sorriu imitando o chiado da chama se desfazendo no líquido. Qual não foi sua surpresa quando pode avistar uma figura de borboleta se formando na borra de café, deu um pulinho e sorriu novamente, seus olhos brilharam.Era estranha a figura, mas ela tinha certeza de que era uma borboleta. Então lembrou-se daquela borboleta que lhe pousara no ombro no dia anterior, que vira tão de perto cada pequeno detalhe daquele ser tão lindo e tão vivo. Saiu correndo gritando pela avó, perguntando que significado têm as borboletas. (...)
A velha ergueu as as pálpebras enrugadas, fitando seus olhos que brilhavam e segurando suas mãos pequenas lhe explicou que as borboletas quando surgem trazem pré aviso de novas, boas ou más.

–Mas sempre que se aproximarem, filha – disse a velha baixinho – diga o seguinte: Se for boa traga, se for ruim, leve embora. (Crônicas de Inocência)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Poesia por aqui



A Magia da Poesia é penetrar alem da lógica,


pela faísca do atrito das palavras.


O Poeta diz de sua alma


em poesias e rimas, anseios.


Pelas linhas da vida e da morte,


diz de seu coração, devaneios.



CORAÇÃO DE POETA

Me feriu com seu desprezo,
Mas não fico triste não.
Eu apenas agradeço
Por ferir meu coração
Poeta de peito ferido
Mais encontra inspiração
Versos fluem mais bonitos
Feito notas de canção,
Feito areias de deserto
feito chuva no sertão.
Poeta de alma partida,
Não chora, derrama cantiga
Mesmo que de solidão.
E não há poeta, é certo
Que nunca sofreu por amor,
se não, quê seria dos versos,
da prosa,do trovador?








terça-feira, 15 de abril de 2008

MENTIRA


( imagem retirada da internet )

Hoje deitei-me na rede e, enquanto o meu corpo balançava preguiçosamente, para um lado e para o outro, fiz uma constatação extraordinária. Percebi, finalmente, que o amor pra ser de fato deve ser recíproco, no entanto, de tua parte desconheço tal reciprocidade...Me queres, é verdade, mas acontece que eu não quero ser amada apenas como um corpo, afinal não sou só um corpo, meu ser e meus sentimentos vão muito além disso. Finalmente entendi que a pessoa a quem amo tem a tua cara, o teu aroma, os teus olhos, o teu sorriso, mas é uma ficção da minha cabeça. Uma imagem virtual que idealizei. Apaixonei-me por ti porque te preocupas comigo, com o meu bem-estar. Mentira, tu pensas primeiro em ti, depois nas coisas que te dizem respeito, no teu trabalho, na tua paixão desatinada que não passa, no teu carro, no teu clube de futebol, e depois, com um pouco de sorte, então pensas em mim. Apaixonei-me por um Homem que luta por mim e que faz dos meus sonhos os seus sonhos, das minhas vitórias, as suas vitórias, dos meus fracassos, os seus fracassos. Mentira, esse não pode ser tu, os únicos sonhos que pretendes realizar são os teus e desconheces que à tua volta, há mais quem os tenha. Amei um Homem que caminhava sempre ao meu lado, de mão dada, ou abraçado a mim. Não és tu! Estás sempre um passo à frente e quando avanço, tu recuas e quando recuo, afastas-te. Apaixonei-me por um homem que abriu a janela da sua vida e me fez entrar, fechando de seguida a porta a sete chaves para nunca me deixar sair. Mentira, não pode ser tu, abriste-me a porta para sair, exatamente com a mesma cordialidade com que me fizeste entrar. Amei-te, porque pensei que também me amavas… Mentira…
(De Sandra Barbosa, com algumas adaptações minhas)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O Tempo


Vivo prestando atenção e analizando o quanto é difícil para nós mortais entender a proposta do tempo...Por quê passa tão depressa? Foge das nossas mãos num piscar de olhos... aí ficamos a nos lamentar por algo que deixamos de fazer, uma atitude que deixamos de tomar, um abraço que deixamos de dar, um bom dia, um olhar...Mas o pior de tudo é quando queremos falar alguma coisa, sabemos o que tem que ser dito, mas a palavra certa não vem, então, o tempo passa e as coisas tomam rumos inesperados. E a nós só resta lamentar.

Quem sou eu

EU escrevo...nas entrelinhas, meu CORAÇÃO é quem fala... Sou essa mulher de sentimentos calados, às vezes alados, é aí que os transfiro para a escrita; faço, então, dela meu refúgio quando me bate aquela saudade, a tristeza inesperada, a alegria repentina...assim sou eu: Uma mistura entre sons e silêncios...Olho as árvores como uma criança, olho a lua como um poeta, olho o céu como um louco (assim ensinou o mestre e com ele aprendi)...

Livros que todos deveriam ler

  • Deus na Natureza (Camille Flamarion)
  • Deus, Um Delírio (Richard Dawkins)
  • Dinheiro, Trabalho e Espiritualidade (OSHO)
  • Faça seu coração vibrar (OSHO)
  • O Castelo de Vidro (Jeannette Walls)
  • O Monge e o Executivo (James C. Hunter)
  • O Universo em um Átomo (Dalai Lama)
  • Você Pode Curar sua Vida (Loyse L. Hay)

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