ROSA SOLITÁRIA

(Rosa vermelha solitária no meu jardim)

E o orvalho frio
que escorre
pela face
denuncia todo
o desenlace.
Nem mesmo
toda beleza
pode ofuscar
a tristeza
da lágrima
derramada
pela pétala
caída
pela promessa
não cumprida
pelo pacto
quebrado.
E o pranto
que alaga
que esmaga
que sangro...

vermelha rosa
que imperava
no jardim
majestosa
Antes canção
Hoje solidão

INVISÍVEL

(Imagem retirada da internet)

O fumo faz uma cortina entre o bem e o mal,

E eu não me decido entre o mel e sal.

Os fantasmas dos mortos que amei

Não posso abraçá-los!

Os sonhos de criança que sonhei

Já não posso sonhá-los.

Existe uma oposição entre

Mim e eu mesma.

A contradição:

A ditadora e a servil.

A face disforme pálida

Uma que ninguém viu.

Era apenas um ruído de pluma

De um segredo que caiu

A lágrima mais sincera

De um pranto ou um canto

Que ninguém ouviu.

A dor torpe de uma espera

Que ninguém sentiu

E o poeta canta baixinho

E se quebra em pedaços,

A alma inquieta se divide

Em tantas em mil

E o amor de tanto tempo

Ingrato fugiu!

(Claudia Moretti)

SÁBADO MOLHADO

(Imagem retirada da Internet)

Finalmente, uma chuvinha pra molhar essa Terra bendita! O cheirinho de terra molhada já se sente... as rosas vermelhas acabam de desabrochar... o manacá está lindo, todo mesclado de branco e rosa... o tomilho brotou e os pardais fazem algazarra no jardim.

Ao longe, um grito:

"Bem-te-vi!"