quarta-feira, 27 de maio de 2009

CAMILLE FLAMARION

(Imagem retirada da Internet)
Alguém a quem admiro, e do qual vou dizer resumidamente da sabedoria e altivez de espírito...
Camille Flamarion

Foi um grande cientista que de tão grande uniu ciência e espiritualidade.
Sendo o mais velho de uma familia de quatro filhos, Flamarion levava uma vida símples, de poucas posses, tão poucas que lhe faltava possibilidades para comprar velas, o que o levava a estudar sob a luz da lua, já que trabalhava por quinze horas seguidas e o tempo que lhe restava durante a noite lhe oferecia a possibilidade de estudar sozinho, em silêncio.
Apaixonado pelos mistérios do Universo e pelas mais variadas ciências, estudou e formou-se em Astronomia.
Amigo pessoal de Allan kardec, na morte deste, Flamarion foi convidado a fazer a cerimônia do velório.
Aos 16 anos de idade, Flamarion escreveu "Cosmologia Universal".
E depois dessa obra, tantas outras como:

- Astronomia Popular

- Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais

- As Maravilhas Celestes

- Contemplações Científicas

- Narrações do Infinito

- Sonhos Estelares

- A Morte e seus Mistérios

- Deus na Natureza

entre muitas outras.


Segue abaixo um lindo trecho da obra prima "Deus na Natureza":


"- O vasto mar fugia para o infinito. - Eu não mais existia, meus olhos se velavam... E, como as faces se me inundavam de pranto, sem que me pudesse explicar porque chorava, ajoelhei-me e, prosternado ante o céu, confundi minha fronte com as ervas... - o mar fugia sempre e os seres continuavam em prece.
E o Sol, fonte dessa luz e dessa vida, espiou uma última vez lá da faixa marinha do horizonte, como que satisfeito com aquela homenagem que nem um ser ousara recusar-lhe... E assim, contente da jornada, mergulhou orgulhoso no hemisfério de outros povos.
Fez-se, então, grande silêncio em toda a Natureza. Nuvens de ouro e púrpura evolaram-se às paragens reais e ocultaram os últimos timbres avermelhados. A sombra descia do alto. As ondas adormeceram, porque o vento abrandara. Os pequeninos seres alados adormeceram também, e Vésper, núncia da noite, começou a luciluzir no éter.
"Ó misterioso Incógnito! - exclamei - grande, imenso Ser, que somos nós, pois? Supremo autor da harmonia, quem és tu, se tão grandiosa é a tua obra? Pobres mitos humanos os que supõem conhecer-te - ó Deus! Átomos, nada mais que átomos, como somos ínfimos! E como tu és grande! Quem, pois, ousou nomear-te pela primeira vez? Que orgulhoso insensato pretendeu definir-te, ó Deus! - ó meu Deus, todo poder e ternura, imensidade sublime e inconcebível!
E, como qualificar os que vos têm negado, que em vós não crêem, que vivem fora do vosso pensamento e jamais sentiram vossa presença - ó Pai da Natureza!
Amo-te! amo-te! Causa superna e desconhecida, Ser que palavra alguma pode traduzir, eu vos amo, divino Princípio! mas... sou tão pequenino, que não sei se me ouvireis, se me entendereis..."
Como estes pensamentos se precipitavam fora de mim, para fundirem-se na afirmação grandiosa de toda a Natureza, as nuvens se esgarçaram no poente e a radiação áurea das regiões iluminadas inundou a montanha.
"Sim! tu me ouves, ó Criador! tu que dás a beleza e o perfume à florinha silvestre! A voz do oceano não abafa a minha voz e meu pensamento a ti se eleva, ó Deus! com a prece coletiva".
Do todo do Cabo, minha vista se estendia ao Sul como ao Ocidente, na planície como sobre o mar. Voltando-me, lobriguei as cidades humanas, meio adormecidas nas plagas. No Havre, as ruas comerciais se iluminavam, e além, na margem oposta, Trouville acendia o seu parque de diversões.
E enquanto a Natureza se mostrava reconhecida ao seu Autor com o saudar à missão de um dos seus astros fiéis; enquanto todos os seres lhe enviavam suas preces e o rugido dos mares misturava-se ao vento, em ação de graças ao termo de um belo dia; enquanto a obra criada, unânime e recolhida, se oferecera ao Criador, a criatura imortal e responsável - ser privilegiado da Criação, expoente do pensamento - O Homem, vivia à margem, indiferente a tantos esplendores, sem olhos de ver nem ouvidos de ouvir, parecendo ignorar essa harmonia universal, em cujo seio deveria encontrar a sua felicidade e a sua glória."______Camille Flamarion



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Quem sou eu

EU escrevo...nas entrelinhas, meu CORAÇÃO é quem fala... Sou essa mulher de sentimentos calados, às vezes alados, é aí que os transfiro para a escrita; faço, então, dela meu refúgio quando me bate aquela saudade, a tristeza inesperada, a alegria repentina...assim sou eu: Uma mistura entre sons e silêncios...Olho as árvores como uma criança, olho a lua como um poeta, olho o céu como um louco (assim ensinou o mestre e com ele aprendi)...

Livros que todos deveriam ler

  • Deus na Natureza (Camille Flamarion)
  • Deus, Um Delírio (Richard Dawkins)
  • Dinheiro, Trabalho e Espiritualidade (OSHO)
  • Faça seu coração vibrar (OSHO)
  • O Castelo de Vidro (Jeannette Walls)
  • O Monge e o Executivo (James C. Hunter)
  • O Universo em um Átomo (Dalai Lama)
  • Você Pode Curar sua Vida (Loyse L. Hay)

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